quarta-feira, 24 de setembro de 2014

UM CONTO DE HORROR NO LAGO - CAPÍTULO 6

Os seis amigos entram desesperados na cabana. Lucas é o ultimo a passar pela porta e a fecha logo em seguida. As garotas ficam aos prantos, gritam, choram, perdem todas as esperanças.

- Por que estão fazendo isso com a gente? Por quê? – Pergunta Giselle enquanto engasga com o choro.

Clara abraça Carlos, enquanto Pedro olha para Denise e vê a tristeza em sua face. Lucas olha seus amigos e a forma como estão derrotados. Ele se zanga e começa a gritar:

- Qual é o problema com vocês? Parem de chorar agora! E vocês dois ai, com essas caras de derrota? Quem quer que seja o idiota que está fazendo isso conosco, não vou permitir que vocês se deem por vencidos. Então saiam dessa ou vou dar na cara de cada um até que caiam na real!

A explosão de Lucas surte efeito. Carlos e Pedro recuperam sua confiança enquanto as garotas param de chorar.

- Ótimo! É assim que eu gosto. Agora se concentrem em pensar numa forma de sairmos dessa situação!

- Temos que ligar para a polícia! – diz Clara.

- Não dá amor! Aqui na casa não tem sinal de celular. Precisaríamos nos deslocar cerca de um quilômetro pela estrada para conseguirmos ligar para a emergência.

- Bom, nesse caso temos apenas uma saída – diz Lucas. Teremos que nos defender e provavelmente que matar quem está fazendo isso!

- Você ficou louco? – rebate Denise.

- E você acha que isso é brincadeira Denise? Seja quem for já matou uma pessoa. O que você acha que ele vai fazer com a gente? Eu sei que você tem mania de proteger seres vivos Denise, mas nesse caso vê se cai na real!

Denise fica sem palavras.

- Denise, não fique assim – diz Pedro abraçando e reconfortando a garota. Nós temos que nos defender.

A garota sorri e consente com a cabeça.

- Agora temos que pensar no que fazer.

Carlos olha para Pedro, coça a cabeça, pensa e então tem uma ideia.

- Precisamos de armas. Lá no depósito tem um machado, um facão e uma espingarda. Precisamos ir até lá para pegar.

Lucas se aproxima dos amigos – Certo! Você e o Pedro vão até lá pegar essas coisas e eu fico aqui dentro para proteger as garotas.

Os dois rapazes concordam.

***

Pedro abre a porta da cozinha devagar, coloca a cabeça para o lado de fora e observa se tem alguém.

- Tudo limpo Carlos!

Os dois caminham até o depósito, entram e depois fecham a porta atrás de si.

- E então Carlos, onde estão as coisas.

- O machado está ai na parede ao lado do recado.

Pedro se vira e pega o machado que estava pendurado na parede. Enquanto isso Carlos pega na estante uma caixa retangular e o facão que estava ao lado dela. Pronto, agora estamos prontos para nos defender. Os dois se virão para sair do deposito quando de repente Pedro nota o cheiro de combustível.

- Sentiu esse cheiro de gasolina?

- Agora que você disse eu notei sim.

Os dois olham para as paredes quando percebem que elas estavam úmidas. Eles percebem que correm perigo e vão rumo a porta para sair do local quando...

Inicia-se um incêndio...

As chamas consomem as paredes rapidamente devido a gasolina...

E os dois rapazes vão para a porta... Abrem-na e saem correndo de dentro do galpão.

No desespero de escapar das chamas eles não percebem uma figura encapuzada á certa distancia. Assim que o indivíduo vê os amigos saindo do galpão aponta uma espingarda para eles e...
Baing...

Pedro olha a sua esquerda e vê a figura encapuzada com a espingarda. Depois ele se vira para trás em tempo de ver Carlos caindo no chão enquanto uma grande mancha de sangue se forma em seu peito. A figura encapuzada abaixa a espingarda e deita a cabeça para a direita como se estivesse observando e pensando no que fazer com os dois. Pedro corre para junto de Carlos e vê a caixa caída ao chão, completamente vazia. Ele olha para o amigo e segura na mão direita dele.

- Carlos! Fala comigo cara. Por favor!

Apesar dos esforços de Pedro, o amigo apenas olha para ele sem conseguir falar nada e então para de respirar. Pedro olha para o local onde o atirador estava, mas não vê ninguém.

Lucas abre a porta da cozinha e corre para ajudar os amigos. Quando chega vê Carlos caído e se abaixa para tentar ajuda-lo.

- Não adianta Lucas! Ele morreu.

Lucas abaixa a cabeça tomado pelo desanimo e pela tristeza. Então ele olha para Pedro que fala:

- Vamos cara, temos que entrar! Se ficarmos aqui seremos os próximos.

Lucas pega o facão da mão esquerda de Carlos e volta junto de Pedro para a casa.

***

Lucas e Pedro trancam a porta da cozinha e vão para sala. Quando chegam as garotas saem de trás da mesa e vão ao encontro deles. Clara olha para cozinha, espera uns instantes e então pergunta:

- Ué, cadê o Carlos?

Pedro olha fixamente nos olhos de Clara. Sem ele dizer nada ela já sabia qual era a resposta. Então ela desaba no chão.

- Não! Não! Não! Não pode ser! Por que ele tinha que morrer? Por que estão fazendo isso com a gente? Por que?

Denise e Giselle se abaixam e abraçam a amiga. Tentam consola-la.

- Clara! – diz Lucas – Eu sei que isso não vai mudar nada, nem vai trazer o Carlos de volta, mas eu prometo duas coisas pra você: Primeiro eu vou te tirar daqui sã e salva, eu devo isso ao Carlos. Segundo, quem fez isso vai pagar caro.

Pedro se abaixa para falar com as garotas – Vamos gente, precisamos dar um jeito de sair daqui, ou então o Carlos vai ter morrido em vão.

Denise e Giselle ajudam Clara a se levantar. Denise olha para Pedro.

- Como vamos sair dessa situação?

- Eu não sei. Nós pegamos o facão e o machado. Mas aquele desgraçado pegou a espingarda antes de nós.

- Cara, isso é péssimo!

- Pode crer Lucas. Nesse momento nos encontramos em uma pequena desvantagem.

- E você acha que o cara ter uma espingarda é uma pequena desvantagem?

- Na verdade é sim. Quando eu estava na cozinha com o Carlos, ele me disse que só havia munição para dois tiros e o cara já utilizou um.

- E o que faz você acreditar que o cara não tem munição adicional?

- Simplesmente porque depois de atirar no Carlos ele nem apontou a arma para mim. E a verdade é que ele poderia ter me matado sem dificuldade nenhuma.

- E você acha que ele não atirou por que estava conservando o ultimo tiro?

- Exatamente!

- Entendo. Bom, não temos como ligar para a polícia e o cara tem uma arma. Acho que temos que esperar aqui até amanhecer. Teremos uma chance melhor de dia.

- É um bom plano Lucas, mas não creio que vá ser uma opção.

- E por quê?

- Esse cara explodiu o barco e incendiou o galpão com gasolina. Não acho que ele vá ficar lá fora esperando. Acredito que ele tente nos tirar daqui, e talvez coloque fogo na casa.

- Então vamos esperar por uma oportunidade e então nós o pegamos. Meninas fiquem atrás da escada. E vigiem a cozinha e nos avisem se alguém entrar. Nós vamos ficar de olho nas janelas da frente.

As garotas concordam e todos se posicionam.

***

Cerca de uma hora depois nada havia acontecido. Lucas e Pedro estranham aquela calmaria. Eles continuam observando o nada do lado de fora da casa quando veem o individuo encapuzado segurando uma espécie de tocha. Pedro percebe na hora o que ele pretende fazer.

O assassino joga a tocha para cima, ela atravessa a janela do quarto do meio e cai em cima da cama. Pedro e Lucas ficam observando a próxima ação do indivíduo.

Ele fica lá parado, apenas observando e então sai correndo rumo a casa de Nicolas. Os rapazes então escutam as chamas queimando o quarto de cima.

- Lucas, fique aqui com as meninas!

Pedro sobe as escadas para ver a situação do incêndio. Quando chega ao segundo andar vê as chamas consumindo a porta do quarto e a fumaça tomando conta do corredor. Ele volta correndo para o andar de baixo.

- Nós temos que sair daqui. As chamas vão consumir toda a casa em minutos.

- Certo! – exclama Lucas – Vamos meninas – e ele vai na direção da porta da frente.

- Espere Lucas – intervém Pedro. Aquele cara ainda está lá fora e armado como nós sabemos. Não podemos sair daqui assim. Precisamos de um plano e eu tenho um.

***

Pedro sai pela porta dos fundos segurando o facão na mão direita. Atrás dele saem também Giselle e Denise. Eles caminham para o lado direito se afastando da casa de Nicolas. Enquanto caminham eles olham para trás para ver se o assassino iria aparecer. Pedro então escuta o barulho de passos rápidos. Ele olha para frente e vê...

Nicolas surgindo por de trás da casa. O caseiro para de correr e apresenta estar sem folego. Ele olha para Pedro e as garotas. Depois vê o corpo de Carlos caído no chão.

- O que foi que vocês fizeram aqui?

Pedro fica aliviado em ver o caseiro.

- Tem alguém nos atacando Nicolas. O cara é maluco. Nós precisamos sair daqui.

Nicolas abre a boca para responder, mas vê uma pessoa encapuzada surgir do outro lado da casa próximo ao deposito em chamas. Pedro percebe que o caseiro estava olhando parra algo e então se vira. As garotas fazem o mesmo.

- É ele Nicolas! Ele é o assassino! – grita Giselle.

O homem levanta a espingarda para atirar. Surge então um vulto atrás do assassino. Nicolas olha para a pessoa atrás do homem e a reconhece.

Vendo que algo chamou a atenção do caseiro o assassino se vira e então...

Um machado corta o ar e o atinge no meio da face, arremessando-o para trás. O individuo cai ao chão com o machado fincado em seu crânio e não meche nem se quer um dedo.

Giselle e Denise correm na direção de...

Lucas.

Giselle pula no pescoço dele e o beija na boca. Clara aparece atrás do rapaz e Pedro também se aproxima.

- Parece que você conseguiu amigo – diz Pedro. Foi o herói da noite.

- Que nada cara. Se não fosse o seu plano de nos separarmos e pegarmos ele desprevenido eu não sei o que poderia ter acontecido.

Nicolas chega perto dos amigos – Sinto muito por isso gente. Eu não devia ter me ausentado por tanto tempo. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer – O caseiro olha para o corpo de Carlos caído a alguns metros de onde ele estava – Pobre Carlos.

Ao ouvir o nome Denise se lembra do quanto Clara devia estar sofrendo e por isso a abraça forte. Clara começa a chorar e todos os amigos se aproximam dela e a abraçam.

Nicolas espera alguns instantes e então quebra o silencio.

- Gente. Eu não tenho como expressar a minha desolação pelo que aconteceu com vocês. Vamos para minha casa. Lá vocês poderão se recompor e depois eu os levarei até a cidade para notificar as autoridades do que aconteceu aqui e para que vocês possam ir ao médico.

Pedro se aproxima e aperta a mão de Nicolas.

Obrigado!


CONTINUA...


POR Vinícius Vieira de Faria

EM 24/09/2014

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