Os seis amigos entram
desesperados na cabana. Lucas é o ultimo a passar pela porta e a fecha logo em
seguida. As garotas ficam aos prantos, gritam, choram, perdem todas as
esperanças.
- Por que estão fazendo
isso com a gente? Por quê? – Pergunta Giselle enquanto engasga com o choro.
Clara abraça Carlos,
enquanto Pedro olha para Denise e vê a tristeza em sua face. Lucas olha seus
amigos e a forma como estão derrotados. Ele se zanga e começa a gritar:
- Qual é o problema com
vocês? Parem de chorar agora! E vocês dois ai, com essas caras de derrota? Quem
quer que seja o idiota que está fazendo isso conosco, não vou permitir que
vocês se deem por vencidos. Então saiam dessa ou vou dar na cara de cada um até
que caiam na real!
A explosão de Lucas
surte efeito. Carlos e Pedro recuperam sua confiança enquanto as garotas param
de chorar.
- Ótimo! É assim que eu
gosto. Agora se concentrem em pensar numa forma de sairmos dessa situação!
- Temos que ligar para
a polícia! – diz Clara.
- Não dá amor! Aqui na
casa não tem sinal de celular. Precisaríamos nos deslocar cerca de um
quilômetro pela estrada para conseguirmos ligar para a emergência.
- Bom, nesse caso temos
apenas uma saída – diz Lucas. Teremos que nos defender e provavelmente que
matar quem está fazendo isso!
- Você ficou louco? –
rebate Denise.
- E você acha que isso
é brincadeira Denise? Seja quem for já matou uma pessoa. O que você acha que
ele vai fazer com a gente? Eu sei que você tem mania de proteger seres vivos
Denise, mas nesse caso vê se cai na real!
Denise fica sem
palavras.
- Denise, não fique
assim – diz Pedro abraçando e reconfortando a garota. Nós temos que nos
defender.
A garota sorri e
consente com a cabeça.
- Agora temos que
pensar no que fazer.
Carlos olha para Pedro,
coça a cabeça, pensa e então tem uma ideia.
- Precisamos de armas.
Lá no depósito tem um machado, um facão e uma espingarda. Precisamos ir até lá
para pegar.
Lucas se aproxima dos
amigos – Certo! Você e o Pedro vão até lá pegar essas coisas e eu fico aqui
dentro para proteger as garotas.
Os dois rapazes
concordam.
***
Pedro abre a porta da
cozinha devagar, coloca a cabeça para o lado de fora e observa se tem alguém.
- Tudo limpo Carlos!
Os dois caminham até o
depósito, entram e depois fecham a porta atrás de si.
- E então Carlos, onde
estão as coisas.
- O machado está ai na
parede ao lado do recado.
Pedro se vira e pega o
machado que estava pendurado na parede. Enquanto isso Carlos pega na estante
uma caixa retangular e o facão que estava ao lado dela. Pronto, agora estamos
prontos para nos defender. Os dois se virão para sair do deposito quando de
repente Pedro nota o cheiro de combustível.
- Sentiu esse cheiro de
gasolina?
- Agora que você disse
eu notei sim.
Os dois olham para as
paredes quando percebem que elas estavam úmidas. Eles percebem que correm
perigo e vão rumo a porta para sair do local quando...
Inicia-se um incêndio...
As chamas consomem as
paredes rapidamente devido a gasolina...
E os dois rapazes vão para
a porta... Abrem-na e saem correndo de dentro do galpão.
No desespero de escapar
das chamas eles não percebem uma figura encapuzada á certa distancia. Assim que
o indivíduo vê os amigos saindo do galpão aponta uma espingarda para eles e...
Baing...
Pedro olha a sua
esquerda e vê a figura encapuzada com a espingarda. Depois ele se vira para
trás em tempo de ver Carlos caindo no chão enquanto uma grande mancha de sangue
se forma em seu peito. A figura encapuzada abaixa a espingarda e deita a cabeça
para a direita como se estivesse observando e pensando no que fazer com os
dois. Pedro corre para junto de Carlos e vê a caixa caída ao chão,
completamente vazia. Ele olha para o amigo e segura na mão direita dele.
- Carlos! Fala comigo
cara. Por favor!
Apesar dos esforços de
Pedro, o amigo apenas olha para ele sem conseguir falar nada e então para de
respirar. Pedro olha para o local onde o atirador estava, mas não vê ninguém.
Lucas abre a porta da
cozinha e corre para ajudar os amigos. Quando chega vê Carlos caído e se abaixa
para tentar ajuda-lo.
- Não adianta Lucas!
Ele morreu.
Lucas abaixa a cabeça
tomado pelo desanimo e pela tristeza. Então ele olha para Pedro que fala:
- Vamos cara, temos que
entrar! Se ficarmos aqui seremos os próximos.
Lucas pega o facão da
mão esquerda de Carlos e volta junto de Pedro para a casa.
***
Lucas e Pedro trancam a
porta da cozinha e vão para sala. Quando chegam as garotas saem de trás da mesa
e vão ao encontro deles. Clara olha para cozinha, espera uns instantes e então
pergunta:
- Ué, cadê o Carlos?
Pedro olha fixamente
nos olhos de Clara. Sem ele dizer nada ela já sabia qual era a resposta. Então
ela desaba no chão.
- Não! Não! Não! Não
pode ser! Por que ele tinha que morrer? Por que estão fazendo isso com a gente?
Por que?
Denise e Giselle se
abaixam e abraçam a amiga. Tentam consola-la.
- Clara! – diz Lucas –
Eu sei que isso não vai mudar nada, nem vai trazer o Carlos de volta, mas eu
prometo duas coisas pra você: Primeiro eu vou te tirar daqui sã e salva, eu
devo isso ao Carlos. Segundo, quem fez isso vai pagar caro.
Pedro se abaixa para
falar com as garotas – Vamos gente, precisamos dar um jeito de sair daqui, ou
então o Carlos vai ter morrido em vão.
Denise e Giselle ajudam
Clara a se levantar. Denise olha para Pedro.
- Como vamos sair dessa
situação?
- Eu não sei. Nós
pegamos o facão e o machado. Mas aquele desgraçado pegou a espingarda antes de
nós.
- Cara, isso é péssimo!
- Pode crer Lucas.
Nesse momento nos encontramos em uma pequena desvantagem.
- E você acha que o
cara ter uma espingarda é uma pequena desvantagem?
- Na verdade é sim.
Quando eu estava na cozinha com o Carlos, ele me disse que só havia munição para dois tiros e o cara já utilizou um.
- E o que faz você
acreditar que o cara não tem munição adicional?
- Simplesmente porque
depois de atirar no Carlos ele nem apontou a arma para mim. E a verdade é que
ele poderia ter me matado sem dificuldade nenhuma.
- E você acha que ele
não atirou por que estava conservando o ultimo tiro?
- Exatamente!
- Entendo. Bom, não
temos como ligar para a polícia e o cara tem uma arma. Acho que temos que
esperar aqui até amanhecer. Teremos uma chance melhor de dia.
- É um bom plano Lucas,
mas não creio que vá ser uma opção.
- E por quê?
- Esse cara explodiu o
barco e incendiou o galpão com gasolina. Não acho que ele vá ficar lá fora
esperando. Acredito que ele tente nos tirar daqui, e talvez coloque fogo na
casa.
- Então vamos esperar
por uma oportunidade e então nós o pegamos. Meninas fiquem atrás da escada. E
vigiem a cozinha e nos avisem se alguém entrar. Nós vamos ficar de olho nas janelas
da frente.
As garotas concordam e
todos se posicionam.
***
Cerca de uma hora
depois nada havia acontecido. Lucas e Pedro estranham aquela calmaria. Eles
continuam observando o nada do lado de fora da casa quando veem o individuo
encapuzado segurando uma espécie de tocha. Pedro percebe na hora o que ele
pretende fazer.
O assassino joga a
tocha para cima, ela atravessa a janela do quarto do meio e cai em cima da
cama. Pedro e Lucas ficam observando a próxima ação do indivíduo.
Ele fica lá parado, apenas
observando e então sai correndo rumo a casa de Nicolas. Os rapazes então
escutam as chamas queimando o quarto de cima.
- Lucas, fique aqui com
as meninas!
Pedro sobe as escadas
para ver a situação do incêndio. Quando chega ao segundo andar vê as chamas
consumindo a porta do quarto e a fumaça tomando conta do corredor. Ele volta
correndo para o andar de baixo.
- Nós temos que sair
daqui. As chamas vão consumir toda a casa em minutos.
- Certo! – exclama
Lucas – Vamos meninas – e ele vai na direção da porta da frente.
- Espere Lucas –
intervém Pedro. Aquele cara ainda está lá fora e armado como nós sabemos. Não
podemos sair daqui assim. Precisamos de um plano e eu tenho um.
***
Pedro sai pela porta
dos fundos segurando o facão na mão direita. Atrás dele saem também Giselle e
Denise. Eles caminham para o lado direito se afastando da casa de Nicolas.
Enquanto caminham eles olham para trás para ver se o assassino iria aparecer.
Pedro então escuta o barulho de passos rápidos. Ele olha para frente e vê...
Nicolas surgindo por de
trás da casa. O caseiro para de correr e apresenta estar sem folego. Ele olha
para Pedro e as garotas. Depois vê o corpo de Carlos caído no chão.
- O que foi que vocês fizeram
aqui?
Pedro fica aliviado em
ver o caseiro.
- Tem alguém nos
atacando Nicolas. O cara é maluco. Nós precisamos sair daqui.
Nicolas abre a boca
para responder, mas vê uma pessoa encapuzada surgir do outro lado da casa
próximo ao deposito em chamas. Pedro percebe que o caseiro estava olhando parra
algo e então se vira. As garotas fazem o mesmo.
- É ele Nicolas! Ele é
o assassino! – grita Giselle.
O homem levanta a
espingarda para atirar. Surge então um vulto atrás do assassino. Nicolas olha
para a pessoa atrás do homem e a reconhece.
Vendo que algo chamou a
atenção do caseiro o assassino se vira e então...
Um machado corta o ar e
o atinge no meio da face, arremessando-o para trás. O individuo cai ao chão com
o machado fincado em seu crânio e não meche nem se quer um dedo.
Giselle e Denise correm
na direção de...
Lucas.
Giselle pula no pescoço
dele e o beija na boca. Clara aparece atrás do rapaz e Pedro também se
aproxima.
- Parece que você
conseguiu amigo – diz Pedro. Foi o herói da noite.
- Que nada cara. Se não
fosse o seu plano de nos separarmos e pegarmos ele desprevenido eu não sei o
que poderia ter acontecido.
Nicolas chega perto dos
amigos – Sinto muito por isso gente. Eu não devia ter me ausentado por tanto
tempo. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer – O caseiro olha para o
corpo de Carlos caído a alguns metros de onde ele estava – Pobre Carlos.
Ao ouvir o nome Denise
se lembra do quanto Clara devia estar sofrendo e por isso a abraça forte. Clara
começa a chorar e todos os amigos se aproximam dela e a abraçam.
Nicolas espera alguns
instantes e então quebra o silencio.
- Gente. Eu não tenho
como expressar a minha desolação pelo que aconteceu com vocês. Vamos para minha
casa. Lá vocês poderão se recompor e depois eu os levarei até a cidade para
notificar as autoridades do que aconteceu aqui e para que vocês possam ir ao
médico.
Pedro se aproxima e
aperta a mão de Nicolas.
Obrigado!
CONTINUA...
POR Vinícius Vieira de Faria
EM 24/09/2014