Lucas abre os olhos.
Ele não faz ideia de como chegou ali. Ao seu redor um lindo jardim cheio de
flores. Mas que lugar é esse? Ele não sabe.
O garoto observa com
mais atenção. Percebe que tudo está rodeado por uma forte luz branca, como se
todas as coisas tivessem brilho próprio.
Ao longe ele nota um
grande prédio.
- Mas onde é que eu
estou?
- No céu!
O garoto se vira e vê
uma linda moça. Ele observa seu cabelo loiro, sua pele branca e macia, seus
lindos olhos azuis, seu vestido verde claro que bate acima do joelho, mas o que
chama mesmo sua atenção são as belas asas com tons de rosa que a garota tinha.
Ele imagina que seja alguma fantasia muito bem feita.
- Por que está me
olhando desse jeito? – Ela pergunta.
- Me desculpe – Ele
responde – Mas o que você quer dizer com “No céu”?
- Que você está no céu.
- Mas isso é
impossível. Se eu estou no céu isso significaria que estou...
- O que? Morto? Pois
você está.
- Olha aqui garota, não
gosto que brinquem comigo. Agora me diga, onde é que eu estou?
- Eu já falei. Você
está no céu. Eu sei que é complicado e difícil de acreditar, mas se você se
acalmar vai conseguir se lembrar.
- Me lembrar de que?
- Da sua morte.
- Já disse que não
estou morto.
- Acalme-se. Estou aqui
para lhe ajudar. Meu nome é Miriam.
- Muito prazer Miriam –
O garoto estende a mão – Eu sou Lucas.
A garota estende sua mão e
aperta a do garoto – Eu sei.
- Mas como você sabe?
- Já falei. Estamos no
céu. Feche seus olhos e tente se lembrar da ultima coisa que aconteceu com você
antes que acordasse.
- Está bem. Vou fazer o
que está pedindo só por que você é muito linda e pra provar que está errada.
Lucas fecha os olhos.
Ele tenta puxar do fundo da memória o que teria acontecido. Aos poucos ele
começa a se lembrar. Uma estrada no meio da noite. Ele dirigia. Na pista oposta
se aproxima um caminhão. Tudo está bem, quando de repente um carro surge na
contra mão e em alta velocidade tentando ultrapassar o caminhão. O carro se
aproxima cada vez mais. A luz dos faróis começa a se aproximar e a crescer. Ela
cresce, cresce, cresce... E então Lucas é engolido pela claridade.
O garoto abre os olhos
desesperado – Eu realmente morri!
- Sim. E agora está no
céu.
- Mas se esse é o céu,
o que você é? Um fantasma?
A garota começa a rir.
- Fantasma? Não. Eu sou
um anjo. E adivinha. Você também é.
- Mas como assim somos
anjos? Quando as pessoas morrem elas não viram espíritos e vão para o céu
descansar pela eternidade?
- Não. Existem muitos
trabalhos para serem feitos. E quem faz esses trabalhos são os anjos.
- E nós somos esses
anjos?
- Sim. Veja bem. Todos
estamos em uma jornada de crescimento espiritual. A vida na Terra é a primeira
etapa. Agora que você morreu começa uma nova etapa, como anjo. É um novo nível
no crescimento espiritual. Entende?
- Acho que sim. E
agora?
- Agora vamos para sua
orientação.
- E onde é isso? E para
o que serve?
- É lá naquele prédio.
E serve para descobrirmos qual será o seu trabalho.
Os dois caminham na
direção do edifício. Enquanto isso conversam.
- Veja bem. Existem
muitos tipos de anjos: cupidos, da guarda, guerreiros, ceifeiros e assim por
diante. Na orientação você vai saber que tipo de anjo é. Com isso você poderá
começar seu trabalho como anjo.
- Entendi.
- Chegamos.
O garoto observa a
construção. Ele era feito de ouro e parecia antigo.
- Vamos entrar Lucas.
O garoto acena
positivamente com a cabeça.
Lá dentro os dois
passam por várias pessoas. Lucas imagina que sejam anjos. Ele e Miriam caminham
através de um grande salão. Nas laterais existem duas escadarias, uma de cada
lado. Os dois chegam a uma
mesa no fim do salão. Atrás dela está um indivíduo de cabelo vermelho, usando
um manto branco e com asas brancas.
- Olá Miriam – Diz o
anjo.
- Olá. Lucas quero lhe
apresentar o Joseph. Ele é nosso superior.
O anjo estende a mão
para Lucas que retribui o comprimento.
- Seja bem vindo.
- Obrigado.
- Sei que deve estar
ansioso para saber sua classe angelical. Por isso não vou te enrolar.
Joseph pega um envelope
sobre a mesa e o entrega a Miriam.
- Podem ir.
- Certo – responde
Miriam.
Os dois saem do salão.
Do lado de fora se sentam em um banco. A garota entrega o envelope para Lucas.
Ao abrir ele encontra um papel no qual estava escrito apenas uma palavra...
Ceifeiro.
Por Vinícius Vieira de Faria
Olá!
ResponderExcluirAdorei o início do conto, apesar de particularmente gostar de ambientes mais trabalhados. Acompanharei, de quanto em quanto tempo serão publicados os trechos?
Abraços!
http://coisasoupalavras.blogspot.com
Que bom que gostou. Cada capítulo será postado cerca de 7 a 15 dias após a ultima postagem.
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